Safra 73
19.10.2023
Calabar
Alvo nítido de “Calabar – O elogio da traição”, a ditadura militar deu um golpe cruel na peça de Chico Buarque e Ruy Guerra: a Censura proibiu o espetáculo às vésperas da estreia. A produtora de Fernanda Montenegro e Fernando Torres faliu, e o texto só viria a ser montado anos depois. Sobrou o LP, que também não escapou da tesoura dos censores. Versos ou canções inteiras foram vetadas, o título teve que virar “Chico canta” e a capa, branca. Aqui, mostramos capa e nome originais.
Nada disso impediu que o disco se tornasse histórico. O pesquisador Otavio Filho esmiúça as ideias de Chico e Ruy para a peça e como foram concebidas e executadas (com orquestrações de Edu Lobo) as músicas. É um passeio guiado por mais uma obra fundamental de 1973.
Repertório
Lado A
Prólogo (O elogio da traição) (Chico Buarque e Ruy Guerra) – instrumental
Cala a boca, Bárbara (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque e MPB-4
Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque
Ana de Amsterdam (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque e Caetano Veloso (trecho); instrumental por causa dos vetos da Censura
Bárbara (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque e Caetano Veloso (trecho); Chico Buarque (na íntegra)
Lado B
Não existe pecado ao sul do Equador (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque e coro
Boi voador não pode (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque e coro
Fado tropical (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque e Toni Corrêa (leitura)
Tira as mãos de mim (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque
Cobra de vidro (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque e MPB-4
Vence na vida quem diz sim (Chico Buarque e Ruy Guerra) – instrumental por causa dos vetos da Censura
Fortaleza (Chico Buarque e Ruy Guerra) – Chico Buarque
Roteiro e apresentação: Otavio Filho
Edição: Filipe Di Castro