Para a peça estreada no Rio de  Janeiro em 1978, com direção de Luiz Antônio Martinez Corrêa, Chico Buarque adaptou a “Ópera do mendigo” (1728), de John Gay, e a “Ópera dos três vinténs” (1928), de Kurt Weill e Bertolt Brecht, para a Lapa carioca dos anos 1940. Pela história transitam malandros espertos e decadentes, policiais corruptos, prostitutas e exploradores, numa espécie de microcosmo de uma sociedade capitalista em transição (do artesanal para o industrial), na visão de Chico. Disse ele à época: “Na luta pela sobrevivência que não permite veleidades éticas, eles (os personagens) estão em dois níveis: os que lutam para sobreviver e os que lutam para acumular”.

O pesquisador Otavio Filho apresenta a “Ópera do malandro” por todos os ângulos, desde a concepção até a versão para o cinema, dirigida por Ruy Guerra em 1985, passando pelo disco com a trilha, lançado em 1979 e do qual são quase todas as faixas deste segundo episódio da série “Chico em cena”. Além das questões musicais, ele mostra os aspectos políticos e sociais da criação do compositor-dramaturgo.

Repertório (as músicas são apenas de Chico Buarque, com exceção das duas assinaladas; arranjos de Francis Hime)

A volta do malandro – MPB-4 (A Gang) no disco “Ópera do malandro – Trilha sonora do filme”

O malandro (Kurt Weill e Bertolt Brecht, versão de Chico Buarque) – MPB-4

Hino de Duran – Chico Buarque e A Cor do Som

Viver do amor – Marlene

Tango do covil – MPB-4

Doze anos – Chico Buarque e Moreira da Silva

O casamento dos pequenos burgueses – Chico Buarque e Alcione

Terezinha – Zizi Possi

Homenagem ao malandro – Moreira da Silva

Vida (do disco “Vida”, de 1980, para a peça “Geni”) / Geni e o zepelim – Chico Buarque

Folhetim – Nara Leão

Se eu fosse o teu patrão – Turma do Funil

Ópera (trechos de óperas, versão de Chico Buarque) – Cantores líricos (Alexandre Trick, Diva Pierante, Glória Queiroz e Paulo Fortes)

O malandro nº 2 (Kurt Weill e Bertolt Brecht, versão de Chico Buarque) – João Nogueira

Roteiro e apresentação: Otavio Filho

Edição: Filipe Di Castro