Áudios

Coleção do Zuza
4.8.2023
Sirlan – Profissão de fé
Em diferentes escalas, o regime militar e ditatorial no Brasil ceifou vidas, sufocou sonhos e silenciou manifestações artísticas. O cantor, instrumentista e compositor mineiro Sirlan Antônio de Jesus provou deste veneno amargo.
Após se destacar na 7ª edição do Festival Internacional da Canção com sua composição “Viva Zapátria” – um neologismo em referência ao revolucionário mexicano Emiliano Zapata e à falta de liberdade em diversos países da América Latina –, Sirlan foi convidado a gravar seu primeiro disco pela Som Livre. Em reprimenda à projeção que a canção apresentada no festival havia alcançado, os censores vetaram absolutamente todas as músicas que seriam gravadas no LP de Sirlan naquele ano de 1972.
Impedido de realizar seu trabalho autoral por mais de sete anos, o compositor – e instrumentista que participou de álbuns de seus colegas mineiros como Milton Nascimento (“Milagre dos peixes”, de 1973) e Lô Borges (no disco conhecido pela antológica capa com um par de tênis, de 1972) – só pôde gravar e lançar seu primeiro LP em 1979.
“Profissão de fé” apresenta uma série de composições de Sirlan com Fernando Brant, como “Bom de sela”, “Viagem às origens” e a própria faixa que batiza o disco (o nome aparece na contracapa), e com Murilo Antunes, parceiro de Sirlan em “Bailarina”, “Bela criatura” e na conhecida “Viva Zapátria”, com participação do MPB-4.
Repertório
Lado A
Profissão de fé (Sirlan e Fernando Brant)
Povo da montanha (Sirlan e Fernando Brant)
Se você quiser chorar… (Sirlan e Humberto Carneiro)
Viva Zapátria (Sirlan e Murilo Antunes)
Lumiar (feito metal) (Sirlan e Murilo Antunes)
Lado B
Bom de sela (Sirlan e Fernando Brant)
Bela criatura (Sirlan e Murilo Antunes)
Nove anos (Sirlan e Fernando Brant)
Viagem às origens (Sirlan e Fernando Brant)
Bailarina (Sirlan e Murilo Antunes)
De viver (Sirlan)
Seleção e texto: Lucas Nobile