No período mais repressivo da ditadura militar, a previsão do tempo era cinzenta, diz Marcos Valle a Joaquim Ferreira dos Santos sobre seu LP de 1973. Para o compositor, o disco concilia mensagens políticas com o suingue que sempre marcou seu trabalho. Abre com uma sátira que muita gente pensou ser uma exaltação ao governo do presidente Médici. Na verdade, há letras que, sutis ou quase explícitas, provocam o regime. A própria capa remete a um dos métodos de tortura, o afogamento. Já “Samba fatal” é sobre Torquato Neto, que se suicidara no ano anterior. Da maioria das faixas participa o trio Azymuth. Marcos comenta todas as músicas neste programa.

Repertório

Lado A

Flamengo até morrer (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Nem paletó nem gravata (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Tira a mão (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Mentira (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Previsão do tempo (Marcos Valle)

Mais do que valsa (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Lado B

Os ossos do barão (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Não tem nada não (João Donato, Marcos Valle e Eumir Deodato)

Samba fatal (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Tiu-ba-la-quieba (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

De repente moça flor (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos

Edição: Filipe Di Castro