Safra 73
8.12.2023
Elis
A capa do LP, com seu rosto todo no escuro, mostra que Elis Regina não estava mesmo preocupada com o grande público em 1973. A sonoridade era enxuta, assentada em piano, baixo e bateria; a voz era mais contida do que o habitual; o repertório não tinha candidatas naturais ao sucesso. Até por isso, o disco “Elis” é marcante na trajetória da cantora. Neste programa, Julio Maria, autor da biografia “Elis Regina – Nada será como antes”, comenta as dez faixas e explica as motivações e polêmicas do trabalho. Por errar a letra de “Oriente”, a artista se desentendeu com o amigo Gilberto Gil. Ao tomar à frente de Beth Carvalho de maneira nada ética e lançar “Folhas secas”, despertou o ódio da colega. Foi uma época em que, com inveja de Elza Soares, Elis tomou como desafio interpretar sambas de difícil execução. E o jornalista defende que, naquele momento, estava claro que havia um “filtro Elis Regina”: os compositores criavam pensando nela e, por isso, exigiam o máximo de si mesmos.
Repertório
É com esse que eu vou (Pedro Caetano)
Folhas secas (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito)
Oriente (Gilberto Gil)
Doente, morena (Gilberto Gil e Duda Machado)
Meio de campo (Gilberto Gil)
Ladeira da preguiça (Gilberto Gil)
O caçador de esmeralda (João Bosco, Aldir Blanc e Claudio Tolomei)
Agnus sei (João Bosco e Aldir Blanc)
Cabaré (João Bosco e Aldir Blanc)
Comadre (João Bosco e Aldir Blanc)
Apresentação: Luiz Fernando Vianna
Edição: Filipe Di Castro