Episódio 5 – Música de feitiçaria no Brasil
Gramofônica
11.3.2022

Episódio 5 – Música de feitiçaria no Brasil

No quinto episódio da série, Gramofônica visita os discos de macumba e candomblé apresentados por Mário de Andrade na conferência literária “Música de Feitiçaria no Brasil”, em 1933. Nesse trabalho, publicado postumamente pela musicóloga Oneyda Alvarenga, o turista aprendiz investiga as relações entre música e espiritualidade a partir de suas anotações de viagens e escutas em sua vitrola.

O programa conta com participações da historiadora Fernanda Epaminondas Soares (“Fui o criador de macumbas em discos – protagonismo negro e a trajetória de Getúlio Marinho da Silva no pós-abolição carioca (1895-1964)”), do compositor Eduardo Brechó (grupo Aláfia) e do historiador e poeta Luiz Antonio Simas (“Fogo no mato – A ciência encantada das macumbas”).

Lado A: Mário de Andrade e as macumbarias em disco.

Lado B: Pixinguinha, filho de Ogum, bexiguento.

Repertório (para ouvir as músicas na íntegra, acesse a playlist deste episódio no site Discografia Brasileira)

Pisa no toco (Getúlio Marinho “Amor”) – João Quilombô e Gente de Lá – 1932

MacumbaCanto de Exu (Popular) – Eloy Antero Dias, Getúlio Marinho “Amor” e Conjunto Africano – 1930

Ando no mundo como Deus qué – Manuel Laurentino e Maria da Conceição – Catimbó gravado em Itabaiana, na Paraíba, em 1938 – Missão de Pesquisas Folclóricas (Selo Sesc)

Cadê minha pomba rola (Popular) – Elsie Houston, Gaó, Jonas, Zezinho e Petit – 1930

Macumba – Canto de Exu (Popular) – Eloy Antero Dias, Getúlio Marinho “Amor” e Conjunto Africano – 1930

Macumba – Canto de Ogum (Popular) – Eloy Antero Dias, Getúlio Marinho “Amor” e Conjunto Africano – 1930

Na gruta do feiticeiro (Almirante, Candoca da Anunciação e Edmundo Vidal) – Almirante e Orquestra Victor Brasileira, arranjo de Pixinguinha – 1932

O feitiço é um fato (Getúlio Marinho “Amor”) – Francisco Alves e Simão Nacional Orquestra – 1929

Folha por folha (João da Baiana e Getúlio Marinho “Amor”) – João da Baiana e Seu Conjunto – 1938

Candomblé – Canto de Ogum (Felipe Nery Conceição) – Filhos de Nagô – Felipe Nery Conceição [Direção] – 1931

Ererê (Getúlio Marinho “Amor”) – Moreira da Silva e Gente do Amor – 1932

Quilombô (Getúlio Marinho “Amor”) – João Quilombô e Gente de Lá – 1932

Yaou africano (Pixinguinha e Gastão Viana) – Patrício Teixeira e Conjunto Regional RCA Victor – 1938

Benguelê (Pixinguinha, Gastão Viana) – Anjos do Inferno – 1946

Que querê que quê (Donga, João da Baiana e Pixinguinha) – Zaira de Oliveira e Francisco Sena – 1932

Babaô miloquê (Josué de Barros) – Goma-Laca – Russo Passapusso (voz), Hercules Gomes, Marcos Paiva, Sérgio Machado e Gabi Guedes. Direção musical e arranjo de Letieres Leite – 2014

Babaô miloquê (Josué de Barros) – Josué de Barros e Orquestra Victor Brasileira, arranjo de Pixinguinha – 1930

Cadê vira mundo (J. B. de Carvalho) – Conjunto Tupi – 1931

No terreiro de Alibibi (Pixinguinha e Gastão Viana) – Conjunto Tupi – 1932

Quem tá de ronda (Príncipe Pretinho) – Francisco Sena e Diabos do Céu, arranjo de Pixinguinha – 1935

Apresentação, roteiro e edição: Biancamaria Binazzi

Locuções: Bia Paes Leme

Finalização de áudio: Emerson Ramos

Trilha sonora original: “Bem te Vi” – Alisson Amador

Biancamaria Binazzi é radialista e pesquisadora musical. Mestra pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP), atua na pesquisa e na difusão da música brasileira registrada em discos de 78 rotações e cria programas de rádio, rodas de escuta, discos, shows e exposições.

Fontes e caminhos:

“A música brasileira na vitrola de Mário de Andrade”, organizado por Flávia Camargo Toni (Sesc/Senac).

“As mais antigas gravações de temas afro-brasileiros”, de Ronaldo Evangelista (Goma-Laca).

A última entrevista de Letieres Leite, concedida para o site Volume Morto, em 18 de outubro de 2021.

“Dicionário da história social do samba”, de Nei Lopes e Luiz Antonio Simas (Civilização Brasileira).

“Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas”, de Luiz Antonio Simas e Luiz Rufino.

“Fui o criador de macumbas em discos – Protagonismo negro e a trajetória de Getúlio Marinho da Silva no pós-abolição carioca (1895-1964)”, de Fernanda Epaminondas Soares (Editora CRV).

Getúlio Marinho fez história como pioneiro da macumba nos discos, de Pedro Paulo Malta (Discografia Brasileira)

“Música de feitiçaria no Brasil”, de Mário de Andrade, organizado por Oneyda Alvarenga (Livraria Martins Editora).

“Segredos guardados: orixás na alma brasileira”, de Reginaldo Prandi (Companhia das Letras).

“Sou da macumba e no feitiço não tenho rival.  A música negra de J. B. de Carvalho e do Conjunto Tupy (1931-1941)”, dissertação de Leon Araújo.