
Gramofônica
5.11.2021
Episódio 2 – O circo e o disco
No segundo episódio da série, Gramofônica mostra como o circo e os artistas circenses foram fundamentais na consolidação da indústria fonográfica no Brasil. Dedicado aos cantores palhaços Benjamin de Oliveira (à esquerda na imagem da página) e Eduardo das Neves (à direita), o programa conta com participações das historiadoras Hermínia Silva (“Circo-Teatro: Benjamin de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil”) e Martha Abreu (“Da senzala ao palco”) e da socióloga e musicista Lívia Mattos (“Música no circo brasileiro”).
Lado A: Música, corpo, multidão. Entrelaçando gentes, gêneros, ritmos e canções.
Lado B: Palhaços cantores, negros palhaços. Eduardo das Neves e Benjamim de Oliveira. Riso e negritude na estreia da fonografia nacional.
“O circo é o grande prazer do povo. Esses eternos boêmios artistas, que não param nunca muito tempo no mesmo sítio, atraem, fazem vibrar, fazem rir o povo! São Gimnastas, os acrobatas, os domadores, os palhaços! Há um circo! E o povo da redondeza vai todo pra lá.” (Gazeta de Notícias, 1.09.1907)
Repertório (para ouvir todas as músicas na íntegra, acesse a playlist deste episódio no site Discografia Brasileira)
Grande estreia do Circo Lando (Jararaca e Ratinho) – Jararaca e Ratinho – 1932
Tô achando graça (Luiz Americano) – Luiz Americano [clarinete] e Sua Bandinha – 1951
O circo chegou (João de Barro, Antônio Almeida e Alberto Ribeiro) – Silvio Caldas, Severino Araújo e Orquestra Tabajara – 1949
Palhaço (Antenógenes Silva) – Antenógenes Silva [acordeon] e Seu Conjunto – 1940
Manolita (Léo Daniderff) – Luiz Gonzaga – 1943
Circo de cavalinhos na roça – Artistas da Casa Banda de Música – 1912
O circo vem aí (Haroldo Lobo, Milton de Oliveira e Carvalhinho) – Aracy de Almeida, Guari e Sua Orquestra – 1949
Circo de cavalinhos (Ary Barroso) – Almirante e Orquestra Odeon sob direção de Simon Bountman – 1938
Palhaço – Banda da Casa Edison – 1902
Os dois bêbados – Mário Pinheiro e Eduardo das Neves – 1910
Ride palhaço (Lamartine Babo) – Mario Reis e Diabos do Céu, sob direção de Pixinguinha – 1934
Isto é bom (Xisto Bahia) – Eduardo das Neves – 1908
Lundu gostoso – Eduardo das Neves (violão) – 1912
Gargalhada (Pega na chaleira) (George W. Johnson, Eustórgio Wanderley) – Eduardo das Neves (violão) – 1908
Canoa virada – Eduardo das Neves (violão) – 1912
Pai João (Eduardo das Neves) – Eduardo das Neves (violão) – 1909
Caipira mineiro – Benjamin de Oliveira – 1910
Canção mineira – Benjamin de Oliveira e Mário Pinheiro – 1912
Tutu – Benjamin de Oliveira – 1910
Apresentação, roteiro e edição: Biancamaria Binazzi
Trilha sonora original: Alisson Amador
Locução: Bia Paes Leme
Identidade visual: Annamaria Binazzi
Biancamaria Binazzi é radialista e pesquisadora musical. Mestra pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP), desde 2004 atua na pesquisa e na difusão da música brasileira registrada em discos de 78 rotações.
Fontes e caminhos:
“Circo-Teatro: Benjamin de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil”, de Ermínia Silva (Editora Atlanta).
“Da senzala ao palco: Canções escravas e racismo nas Américas, 1870-1930”, de Martha Abreu (Editora Unicamp).
“Música no circo brasileiro: itinerância, memória e interface com seu entorno”, de Lívia de Souza Mattos. Cadernos do GIPE-CIT (Salvador). 2020, v. 24, n. 44.
“O ‘crioulo Dudu’: participação política e identidade negra nas histórias de um músico cantor (1890-1920)”, de Martha Abreu. Topoi (Rio de Janeiro). 2010, v. 11, n. 20.
Ouça também a playlist “Eduardo das Neves, crônicas e críticas”.