
As canções que eles fizeram pra mim
22.10.2013
Miele, diretamente do Beco das Garrafas
Eram três boates apertadas num beco da Rua Duvivier, em Copacabana, no quarteirão da praia. No início dos anos 1960, a não ser que você fosse amigo da Nara Leão e curtisse a turma no apartamento da Avenida Atlântica, era o melhor lugar para se ouvir o ritmo que surgia, a bossa nova. A Bottle’s, a Bacará e a Little Club formavam o Beco das Garrafas (havia ainda a Ma Griffe, mas a música ali era outra, aquela de mulheres sussurrando cifras no ouvido de seus fregueses). O gaúcho Miele produziu, sempre em companhia de Ronaldo Bôscoli, os principais show do Beco nos primeiros anos da década. Sergio Mendes, Elis Regina, Simonal, Jorge Ben – chega? – estrearam ali, em produções mambembes mas de enorme qualidade artística. Não restou qualquer gravação ao vivo daqueles shows. Miele conta a Joaquim Ferreira dos Santos histórias daquelas noites e apresenta, com seus intérpretes originais, as músicas que nasceram ali e foram gravadas depois em discos que hoje são clássicos da música brasileira.
Repertório
Borandá (Edu Lobo) – Tamba Trio
Neurótico (J.T. Meirelles) – Sergio Mendes & Bossa Rio
Nanã (Moacir Santos/Mário Telles) – Wilson Simonal
Samba do avião (Tom Jobim) – Os Cariocas
Quintessência (J.T. Meirelles) – Edison Machado
O pato (Jayme Silva/Neuza Teixeira) – Lennie Dale
Asa delta (J.T. Meirelles) – J.T. Meirelles e Copa 5
Estamos aí (Regina Werneck/Maurício Einhorn/Durval Ferreira) – Leny Andrade
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição e sonorização: Filipe Di Castro