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MPB-4: raridades analógicasA primeira formação do MPB-4: Ruy (à esquerda), Aquiles, Miltinho e Magro. Foto de Wilneey
A primeira formação do MPB-4: Ruy (à esquerda), Aquiles, Miltinho e Magro. Foto de Wilneey
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31.1.2024

MPB-4: raridades analógicas

O MPB-4 completa 60 anos de carreira em 2024. Para celebrar a data, o pesquisador Renato Vieira reuniu 15 canções gravadas pelo grupo para discos de festivais, trilhas sonoras e álbuns de outros artistas que não constam nem mesmo da compilação “Quarenta anos contra a corrente” (2005), repleta de raridades.

Agradecimentos: Anderson Cesarini e Tiago Luiz

Repertório

Quem dera (Sidney Miller) (Do LP “Brasil, do guarani ao guaraná”, de Sidney Miller, 1968. Lançado pelo selo Elenco) – O samba foi inscrito por Sidney Miller na primeira Bienal do Samba e, além de entrar no álbum do evento, fez parte do repertório do segundo disco do compositor, cheio de participações.

Anunciação (Francis Hime e Paulo César Pinheiro) (Do LP “IV Festival Internacional da Canção Popular – Fase nacional”, 1969. Lançado pelo selo Philips) – Paulo César Pinheiro é um compositor constante na discografia do MPB-4, que registrou esta música em um álbum gravado ao vivo no Maracanãzinho com diversos artistas interpretando as finalistas do IV Festival Internacional da Canção.

Sinal fechado (Paulinho da Viola) (Do LP “V Festival da Música Popular Brasileira – As finalistas, 1969. Lançado pelo selo Philips) – Vencedora do último festival de música promovido pela TV Record nos anos 1960, a canção de Paulinho da Viola foi gravada pelo conjunto vocal para um álbum da Philips com as finalistas do evento.

Quem vem de lá (Arthur Verocai e Paulinho Tapajós) (Do LP com a trilha da novela “A próxima atração”, 1970. Lançado pelo selo Polydor) – Produzida por Nelson Motta, esta faixa marca a primeira aparição do MPB-4 em trilhas da TV Globo e foi gravada especialmente para a trama.

Badalação (Bahia vol. 2) (Nonato Buzar, Tom e Dito) (Do LP com a trilha da novela “Tempo de viver”, 1972. Lançado pelo selo Intersong) – A canção carnavalesca foi gravada para a trilha da novela “Tempo de viver”, produzida pela TV Tupi carioca.

A alegria continua (Mauro Duarte e Noca da Portela) (Do single duplo “Sucessos vol. 3”, 1973. Lançado pelo selo Philips) – O MPB-4 não lançou nenhum LP em 1973, mas um single duplo com produção de Mazzola e arranjos de Magro chegou ao mercado. Este samba é a faixa de abertura do disco.

Depois que “tá ruim” chegou nunca mais melhorou (Capoeira) (Do single duplo “Sucessos vol. 3”, 1973. Lançado pelo selo Philips) – Samba feito especialmente para a trilha sonora da novela “A volta de Beto Rockfeller”, exibida pela TV Tupi em 1973.

A velhice da porta-bandeira (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro) (Do single duplo “Sucessos vol. 3”, 1973. Lançado pelo selo Philips) – Eduardo Gudin gravou a música letrada por Paulo César Pinheiro com a participação vocal do MPB-4 no primeiro álbum da carreira, lançado pela Odeon. Na sequência, o grupo fez um registro da canção que entrou num dos volumes da série de singles “Sucessos”.

Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra) (Do single duplo “Sucessos vol. 4”, 1974. Lançado pelo selo Philips) – Feita para a trilha do espetáculo “Calabar – O elogio da traição, de Chico Buarque e Ruy Guerra, a música ganhou releitura do conjunto vocal em mais um single com sucessos do momento.

Misticismo da África ao Brasil (Mário Pereira, Wilmar Costa e João Galvão) (Do LP “Os maiores sambas-enredo de todos os tempos vol. 3”, 1975. Lançado pelo selo Philips) – O samba-enredo que a escola de samba Império da Tijuca levou para a avenida em 1971 ganhou esta releitura do quarteto para um disco em que vários nomes do elenco da Philips interpretam clássicos do gênero.

Uma velha canção do povo (Renato Teixeira) (Do single “Música popular infantil”, 1976. Lançado pelo selo Philips) – Canção feita por Renato Teixeira para um especial infantil da TV Bandeirantes, que saiu em EP com cinco músicas distribuídas entre vários intérpretes.

Viva Zapátria – com Sirlan (Sirlan e Murilo Antunes) (Do LP “Profissão de fé”, de Sirlan, 1979. Lançado pela Continental) – A canção, um dos destaques do último Festival Internacional da Canção, foi registrada pelo MPB4 no álbum “Cicatrizes” (1972). A letra politizada fez com que o compositor Sirlan fosse sabotado pela ditadura militar, que o impediu de trabalhar e gravar discos, censurando sistematicamente o repertório que ele apresentava. Seu primeiro e até hoje único álbum, “Profissão de fé”, contou com a participação do conjunto nos vocais da regravação autoral.

Anúncio classificado – com Eduardo Gudin (Eduardo Gudin e Sérgio Natureza) (Do LP “Fogo calmo das velas”, de Eduardo Gudin, 1981. Lançado pela Realejo Produções Artísticas) – Amigo do grupo desde o início dos anos 1970, Eduardo Gudin convidou o quarteto para participar da faixa de abertura de seu quarto álbum, bancado com recursos próprios.

Traição (Tunai e Sérgio Natureza) (Da trilha do especial “Tiradentes, nosso herói”, 1984. Lançado pela Barclay) – Composta para um programa que contava a história de Tiradentes, a canção foi concebida para tocar em uma cena na qual Joaquim Silvério dos Reis delata o personagem-título, interpretado no especial pelo ator Cláudio Cavalcanti. Tunai (violão ovation), Wagner Tiso (teclados), Jamil Joanes (baixo), Ricardo Silveira (guitarra), Paulo Braga (bateria e percussão), Mauro Senise (flauta) e Ohana (percussão) são os músicos.

É d’Oxum (Gerônimo e Vevé Calazans) (Da trilha da minissérie “Tenda dos milagres”, 1985. Lançado pela Som Livre) – O MPB-4 fez a primeira gravação desta música, que foi se tornando um clássico ao longo dos anos, para a trilha da minissérie “Tenda dos milagres”, baseada no livro de Jorge Amado. Dori Caymmi (arranjo e violão), Toninho Horta (violão), Nico Assumpção (baixo), Gilson Peranzzetta (piano yamaha), Danilo Caymmi (flauta) e Djalma Corrêa (percussão) tocam na faixa.

  • MPB-4

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