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19.7.2024
Jovelina Pérola Negra
No dia 21 de julho de 2024 comemoram-se os 80 anos de Jovelina Pérola Negra. Partideira e improvisadora nata, dona de um timbre de voz inconfundível e de presença de palco arrebatadora, Jovelina despontou para todo o país em 1985, ao participar do disco coletivo “Raça brasileira”, que também revelou os nomes de Zeca Pagodinho, Elaine Machado, Pedrinho da Flor e Mauro Diniz.
Em 1986, ainda trabalhando como diarista em Copacabana, Jovelina Farias Belfort (1944-1998) ganhou a oportunidade de gravar, aos 42 anos de idade, o primeiro de seus sete álbuns de carreira.
Figura proeminente da explosão nacional do pagode carioca dos anos 1980, ao longo de sua discografia Jovelina deu voz a composições dos pares de sua geração – entre eles, Arlindo Cruz, Sombrinha, Almir Guineto, Beto Sem Braço, Wilson Moreira, Nei Lopes, Adalto Magalha e Guará –, sem deixar de interpretar criações de sua própria autoria, como “Feirinha da Pavuna” e “Preparado da Vovó”.
Mãe solo, Jovelina morou em Belford Roxo, em Madureira e na Penha. O convite para integrar o elenco de revelações do “Raça brasileira” partiu do produtor Milton Manhães, impressionado pelo impacto de ouvir pela primeira vez a partideira versar numa roda de samba na casa da ilustre portelense Tia Doca, em Oswaldo Cruz.
Já no ano seguinte, ao receber o Disco de Ouro pelas mais de 100 mil cópias vendidas de seu primeiro LP solo, Jovelina reagiu com boa dose de sabedoria e deboche, marcas de sua obra musical: “É ao tempo que peço tudo: saúde para mim e minha família e que olhe por meus inimigos, porque dos meus amigos cuido eu mesma”.
No universo do carnaval, ainda que não tenha conquistado o mesmo protagonismo de outras mulheres compositoras, como a mangueirense Leci Brandão e a imperiana Dona Ivone Lara, Jovelina teve forte ligação com o Império Serrano, desfilando durante décadas na ala das baianas da Cidade Alta.
Nesta playlist, o jornalista Lucas Nobile e o produtor e cavaquinista Igor Nikolai passeiam pela discografia de Jovelina, mesclando gravações menos conhecidas com os clássicos incontornáveis da Pérola Negra.
Repertório
Feirinha da Pavuna (Jovelina Pérola Negra)
O dia se zangou (Mauro Diniz e Ratinho)
Menina você bebeu (Beto sem Braço, Arlindo Cruz e Acyr Marques)
Luz do repente (Arlindo Cruz, Franco e Marquinhos PQD)
Banho de felicidade (Wilson Moreira e Adalto Magalha)
Sorriso aberto (Guará)
Elos da raça (Capri e Silvio Modesto)
Orgulho negro (Tia Doca e Jadilson Costa)
Golpe de azar (Almir Guineto, Arlindo Cruz e Adalto Magalha)
Catatau (Guará)
No mesmo manto (Beto Correia e Lúcio Curvello)
Sorriso de banjo (Bira da Vila, Fidélis Marques e Melodia Costa)
Flor esmaecida (Toco da Mocidade)
Irmão de cor e sangue (Dunga, Wando Telles, Alberto Silva e Edu)
Feirinha sem confusão (Jovelina Pérola Negra e Marco Aurélio)
Seleção e texto: Lucas Nobile e Igor Nikolai