Monsueto mora na filosofia
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4.11.2024

Monsueto mora na filosofia

As primeiras músicas compostas pelo carioca Monsueto Campos de Menezes, nos anos 1950, eram todas dedicadas a animar os foliões nos dias de carnaval, em títulos como “Mora na filosofia” e “Me deixa em paz”. Com o passar do tempo, elas ganharam releituras de artistas modernos – Caetano Veloso gravou a primeira; Alaíde Costa e Milton Nascimento, a segunda – e o que era percussão estimulando a brincadeira virou cadência romântica, músicas fundamentais do cancioneiro sentimental do país.

Monsueto faz centenário em 4 de novembro de 2024 (morreu em 1973, aos 48 anos). Tem sido lembrado por artistas jovens que, de tempos em tempos, o atualizam, como fez em 2018 a cantora paulista Virgínia Rosa num CD inteiro, 11 músicas, dedicado a saudar o “Baita negão”, apelido que o politicamente incorreto dos anos 1950 colou no compositor, de quase dois metros de altura, e deu título ao CD.

Neste programa, a obra desse personagem pouco conhecido pelo público (apenas duas linhas no perfil da Wikipedia) é apresentada em quase duas dezenas de títulos por Joaquim Ferreira dos Santos. Marisa Monte, Elza Soares, Maria Bethânia e Mart’nália também gravaram Monsueto, que se dedicou ainda à pintura e, como ator, ao cinema e à televisão. Era ótimo cantor. Mestre nos instrumentos de percussão, demonstrava seu amor às escolas de samba desfilando a cada ano em uma diferente.

Repertório

Lamento das lavadeiras (Monsueto e João Vieira Filho e Nilo Chagas) – Marisa Monte – trecho

Mora na filosofia (Monsueto e Arnaldo Passos) – Caetano Veloso

Me deixa em paz (Monsueto e Aírton Amorim) – Alaíde Costa e Milton Nascimento

Levou fermento (Monsueto e José Batista) – Linda Batista

Não se sabe a hora (Monsueto e José Batista) – Dircinha Batista

Despejo da saudade (Monsueto e José Batista) – Angela Maria

Ziriguidum (Monsueto) – Elza Soares e Monsueto

Nó molhado (Monsueto, José Batista e Ivan Campos) / Morfeu (Monsueto e Luiz Reis) – Monsueto

A fonte secou (Monsueto, Tufic Lauar e Marcléo) – Maria Bethânia – trecho

Faz escuro, mas eu canto (Monsueto e Thiago de Mello) – Nara Leão

Mané João (Monsueto e José Batista) – Virgínia Rosa

Sambamba (Monsueto) – Virgínia Rosa

Quero essa mulher assim mesmo (Monsueto e José Batista) – Caetano Veloso e Lanny Gordin

Casa um da vila (Monsueto e Flora Matos) – Mart’nália

Lamento das lavadeiras (Monsueto, João Vieira Filho e Nilo Chagas) – Dudu Nobre

Pot-pourri Baita Negão (Monsueto, Chico Anysio, José Batista e Raul Marques) – Virgínia Rosa, Banda Mantiqueira e Osvaldinho da Cuíca

Roteiro e apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos

Edição: Filipe Di Castro

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