Especiais
23.4.2024
A história da Forma
A gravadora Forma, fundada em 1964, lançou apenas 22 discos, mas entre eles estão os LPs “Coisas”, de Moacir Santos, e “Os afro-sambas”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, dois marcos suficientes para que se saúde, 60 anos depois, seu legado para a música brasileira. Idealizada pelos jovens Roberto Quartin e Wadi Gebara Netto era uma gravadora de excelência. O fino da modernidade. Sem concessões ao mercado (seu maior sucesso, o segundo LP do Quarteto em Cy vendeu 2 mil exemplares), elencava no catálogo discos de Eumir Deodato, Victor Assis Brasil, Dulce Nunes, Bossa Três e a trilha sonora de Sérgio Ricardo para “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, o filme de Glauber Rocha.
O jornalista e pesquisador Renato Vieira, autor de “Tempo feliz – A história da gravadora Forma”, da editora Kuarup, conta nesta entrevista para Joaquim Ferreira dos Santos a saga daqueles dois anos movidos pela vontade de emular gravadoras que faziam algo parecido, a americana Impulse e a brasileira Elenco. Em meio ao golpe militar, a Forma era mais uma manifestação de um ano culturalmente rico. Entre outras curiosidades, Renato Vieira conta o tape perdido das gravações, no Rio, de Stan Getz com Baden Powell. E por onde anda Ana Margarida, a Maysa carioca, que depois de gravar um LP na Forma virou psicanalista e foi viver na Itália? No repertório do programa, uma rara faixa cantada da violonista Rosinha de Valença, “Você é um colosso”, de Noel Rosa, que ela aprendeu diretamente de Aracy de Almeida.
Repertório
Bottle’s (Edison Machado) – Bossa Três
Coisas nº5 (Moacir Santos) – Moacir Santos
Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinicius de Moraes) – Vinicius de Moraes (participação de Betty Faria, Quarteto em Cy, Copinha e Baden)
Eu vim da Bahia (Gilberto Gil) – Quarteto em Cy
Naquela base (João Donato) – Victor Assis Brasil
Pro Forma (Baden Powell e Maurício Einhorn) – Baden Powell e Maurício Einhorn
Preciso aprender a ser só (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) – Ana Margarida
Você é um colosso (Noel Rosa) – Rosinha de Valença
Vivo sonhando (Tom Jobim) – Eumir Deodato
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro