Walter Firmo
Foto: ©IMS/Ádima Macena
Entrevistas
15.6.2022

Walter Firmo

Boa parte das 260 imagens da exposição “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito”, que estreou no IMS Paulista e foi para outras cidades, é de artistas da música popular brasileira.

A obra do fotógrafo carioca, nascido no bairro do Irajá, retrata e exalta a população negra em registros do cotidiano, dos ritos religiosos, das festas populares e dos heróis da causa. Walter Firmo, cantor de programas de calouros na adolescência, é um apaixonado pela música. Privilegiou seus ídolos.

Neste programa especial, ele é entrevistado por Joaquim Ferreira dos Santos e narra os bastidores de alguns dos retratos com que eternizou deuses da MPB. Você vai saber como Firmo, um mestre em colocar seus personagens no melhor lugar da cena, dirigiu Pixinguinha, Cartola, Ismael Silva, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Jamelão, Doces Bárbaros (o show que reuniu Caetano, Gil, Gal e Bethânia), Ivone Lara, Djavan, Milton Nascimento e Martinho da Vila.

Alguns momentos da entrevista são comoventes, como aquele em que, chorando, Firmo revela a dor por não ter cumprido uma promessa feita ao cantor Jamelão. Mas é diversão quando o fotógrafo e Joaquim, repórteres da revista “Veja”, contam a trapalhada em que se meteram ao entrevistarem Clementina de Jesus no subúrbio da Boca do Mato. Em outros momentos, Firmo orgulha-se de quando, em Nova York, vítima de racismo, compreendeu a necessidade de se engajar na luta pelas causas da negritude.

E, claro, sem esquecer cada detalhe do set, no inesquecível quintal suburbano de Ramos, quando fotografou Pixinguinha (“ele trabalhava na divindade”) na cadeira de balanço, abraçado ao saxofone, e fez um dos retratos definitivos da alma brasileira.

As fotos comentadas podem ser vistas no site do IMS.

Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos

Edição: Filipe Di Castro