Entrevistas
3.6.2024
Vagner Fernandes sobre Clara Nunes
Entre as muitas coisas que ainda não eram bem aceitas para uma mulher no início da década de 1970, uma era a de cantar sambas. A mineira Clara Nunes gravou seu primeiro disco no Rio em 1966, um LP romântico, beirando o brega, sem qualquer repercussão. O seu primeiro encontro com o samba foi em 1969. O polêmico compositor, produtor e criador de problemas Carlos Imperial entregou a Clara um samba de Ataulfo Alves em que havia um verso dele, “Você passa, eu acho graça”. O sucesso fez com que Clara mudasse o perfil, virasse sambista.
Neste programa, Joaquim Ferreira dos Santos e Vagner Fernandes, autor da biografia “Clara Nunes, guerreira da utopia”, conversam sobre “Alvorecer”, disco da artista que está completando 50 anos em 2024. Nele, estão juntos o produtor Adelzon Alves, que no início da década apresentou os compositores tradicionais de samba à cantora (além de ser namorado dela), e o letrista Paulo Cesar Pinheiro, que viria a ser o autor dos próximos grandes sucessos de Clara (e seu marido). Na trilha sonora, entremeando a conversa, sambas que se tornariam clássicos a partir do lançamento de “Alvorecer”, como “Conto de areia” e “Menino Deus”.
Repertório
Menino Deus (Mauro Duarte e Paulo Cesar Pinheiro)
Conto de areia (Romildo e Toninho Nascimento)
Sindorerê (Candeia)
Punhal (Guinga e Paulo Cesar Pinheiro)
Meu sapato já furou (Elton Medeiros e Mauro Duarte)
Alvorecer (Ivone Lara e Delcio Carvalho)
Samba da volta (Toquinho e Vinicius de Moraes)
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro