
Entrevistas
16.12.2022
Leonardo Bruno sobre Beth Carvalho
O LP “De pé no chão”, lançado por Beth Carvalho em 1978, está para o samba assim como o “Chega de saudade”, de João Gilberto, LP de 1959, está para a bossa nova. A partir dos dois discos surgiu uma geração de artistas que mudou a música brasileira e creditou suas obras à audição daqueles discos.
A tese é do jornalista e pesquisador Leonardo Bruno em entrevista a Joaquim Ferreira dos Santos. Autor de “Beth Carvalho: De pé no chão”, em que analisa a importância do LP, feito em parceria com compositores do bloco Cacique de Ramos, da Zona Norte do Rio, Leonardo estabelece o quintal onde a cantora se reunia com os sambistas como uma referência geográfica modernizadora. Se o samba tinha nascido na casa de Tia Ciata, no Centro da cidade, o novo quintal do samba agora era em Ramos.
Leonardo contextualiza o aparecimento de “De pé no chão” no incrível boom do samba, mesmo sob ditadura, na década de 1970. No programa, o escritor conta, através de um repertório escolhido por ele, a trajetória da sambista e explica como a inclusão do banjo, do repique de mão e do tantan, marcas dos pagodeiros do Cacique, mudou a sonoridade das gravações do gênero.
Repertório
Andança (Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós)
Folhas secas (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito)
As rosas não falam (Cartola)
Vou festejar (Jorge Aragão, Dida e Neoci Dias)
Goiabada cascão (Wilson Moreira e Nei Lopes)
Agoniza, mas não morre (Nelson Sargento)
Virada (Noca da Portela e Gilper)
Camarão que dorme a onda leva (Arlindo Cruz, Beto Sem Braço e Zeca Pagodinho) – Beth e Zeca Pagodinho
Chega (Leandro Fregonesi e Rafael dos Santos)
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro