Beatriz Coelho Silva sobre Praça OnzePraça Onze, cerca de 1922. Foto de Augusto Malta. Coleção Gilberto Ferrez/Acervo IMS
Praça Onze, cerca de 1922. Foto de Augusto Malta. Coleção Gilberto Ferrez/Acervo IMS
Entrevistas
20.7.2025

Beatriz Coelho Silva sobre Praça Onze

Quatorze sambas que consolidaram a memória de um mito da cultura carioca são analisados em “Quando vem da alma de nossa gente – Sambas da Praça Onze”, novo livro de Beatriz Coelho da Silva, a Totó. A praça reunia sambistas, tias baianas, artistas, imigrantes, negros, judeus, e foi um dos terreiros iniciais do samba antes de ser destruída em 1942 para a abertura da Avenida Presidente Vargas. Em 2015, a jornalista já havia lançado “Negros e judeus na praça Onze – A história que não ficou na memória”.

Neste programa, em conversa com Joaquim Ferreira dos Santos, Totó conta a história de sambas como “Rancho da Praça Onze”, de João Roberto Kelly e Chico Anysio, “Tempos idos”, de Cartola e Carlos Cachaça, e “Moreno cor de bronze”, de Custódio Mesquita. Os primeiros desfiles oficiais das escolas de samba ocorreram em torno da Praça Onze, e o programa termina com “Bumbum Paticumbum Prugurundum”, de Beto sem Braço e Aloisio Machado, com que o Império Serrano ganhou o desfile de 1982 e tem o verso “Ó Praça Onze/ Tu és imortal/ Teus braços embalaram o samba/ A tua apoteose é triunfal”. Dalva de Oliveira, Heitor dos Prazeres, João da Baiana e Donga foram alguns dos moradores da praça e recebiam visitas de Chico Alves, Cartola, Mario Reis e Noel Rosa.

“A Praça Onze é um palco fundamental da história do Rio de Janeiro e continua viva na memória da cidade 80 anos depois de desaparecer”, diz Beatriz Coelho da Silva.

Repertório

Na Praça Onze (Francisco Gonçalves) – Teobaldo Marques da Gama. 1931.

Moreno cor de bronze (Custódio Mesquita) – Aurora Miranda. 1934

Cansado de sambar (Assis Valente) – Bando da Lua. 1937

Praça Onze (Herivelto Martins e Grande Otelo) – Trio de Ouro e Castro Barbosa com o conjunto de Benedito Lacerda. 1942

Voz do morro (Geraldo Pereira e Moreira da Silva) – Moreira da Silva e o conjunto do Garoto. 1943

Bom dia, Avenida (Herivelto Martins e Grande Otelo) – Trio de Ouro com o conjunto de Benedito Lacerda. 1944

Rancho da Praça Onze (João Roberto Kelly e Chico Anysio) – Dalva de Oliveira e a Orquestra de Severino Araújo. 1965

Tempos idos (Cartola e Carlos Cachaça) – Odete Amaral e Cartola. 1968

Praça Onze, berço do samba (Zé Keti) – Zé Keti. 1982

Bumbum paticumbum prugurundum (Beto Sem Braço e Aloisio Machado) – Quinzinho. 1982

Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos

Edição: Filipe Di Castro