Para além da divisão malandreada de seu canto que lhe garantiu lugar de destaque sobretudo na historiografia do samba de breque, Dilermando Pinheiro destacou-se por outra característica: o batucar com as mãos em seu inseparável chapéu palheta – dando continuação à tradição consolidada por seu antecessor Luiz Barbosa.

E não era apenas no repertório de seus sambas que Dilermando esbanjava bom humor. O divertido apreço por seu “instrumento” era tamanho que ele batizou o chapéu de “Stradivarius”.

O LP “Viva o samba!”, de 1958, pertencente à Coleção do Zuza, reúne sucessos de autores como Noel Rosa, Ary Barroso, Wilson Batista, João de Barro e J. Cascata.

Algumas das composições presentes neste álbum reapareceriam na década seguinte no álbum de maior êxito da carreira de Dilermando Pinheiro, “Teleco teco opus nº 1”, gravado ao vivo em dupla com Cyro Monteiro.

Repertório

Lado A

Até amanhã (Noel Rosa) – Dilermando Pinheiro

Nega Risoleta (Raul Marques e Moacyr Bernardino) – Dilermando Pinheiro

Faceira (Ary Barroso) – Dilermando Pinheiro

Vai haver barulho no chateau (Walfrido Silva e Noel Rosa) – Dilermando Pinheiro

Retratinho (J. Cascata e Leonel Azevedo) – Dilermando Pinheiro

Vai cavar a nota (Walfrido Silva e Gadé) – Dilermando Pinheiro

Velhos tempos (J. Cascata e Leonel Azevedo) – Dilermando Pinheiro

Mágoas de vagabundo (Walfrido Silva e Oswaldo Silva) – Dilermando Pinheiro

Lado B

Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico) – Dilermando Pinheiro

Emília (Haroldo Lobo e Wilson Batista) – Dilermando Pinheiro

Minha palhoça (J. Cascata) – Dilermando Pinheiro

Estão batendo (Walfrido Silva e Gadé) – Dilermando Pinheiro

Menina fricote (Henrique Batista e Marília Batista) – Dilermando Pinheiro

Bondosa (I. Salles e Jayme de Souza) – Dilermando Pinheiro

Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro) – Dilermando Pinheiro

A Lalá e a Lelé (Manezinho Araújo e Jayme Brito) – Dilermando Pinheiro

Seleção e texto: Lucas Nobile