Áudios

Coleção do Zuza
23.2.2024
Um sax no samba
Referência para seus pares como K-Ximbinho e Paulo Moura, Zé Bodega (1923-2003) é considerado um dos maiores saxofonistas brasileiros em todos os tempos. Irmão do maestro Severino Araújo, Zé Bodega – nascido José Araújo Oliveira – ganhou o apelido com o qual se notabilizou ainda na infância, “quando fingia ser o dono de uma lojinha de brincadeira, a bodega, onde ‘vendia’ areia como se fosse sal”, segundo Zuza Homem de Mello.
Durante décadas, Zé Bodega se destacou na orquestra dirigida por seu irmão Severino, a Tabajara, em gravações do próprio conjunto e, também, acompanhando grandes intérpretes como Jamelão e Elizeth Cardoso.
Em 1961, o saxofonista tenor lançou “Um sax no samba”, primeiro e único disco a ter seu nome destacado na capa de um LP como solista. Acompanhado pela orquestra de Severino – sem o costumeiro naipe de saxes – o pernambucano Zé Bodega interpreta com seu estilo inconfundível (de poucos vibratos) doze sambas. Além de “Água de beber” e “Brigas nunca mais”, ambos compostos por Tom Jobim e Vinicius de Moraes, destaque para “Palhaçada” e “Fiz o bobão”, de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, e “Sambando”, de Geraldo Medeiros.
Repertório
Lado A
Quero morrer no carnaval (Luiz Antônio e Eurico Campos)
Não sabemos (Rubens Caruso)
Nem toda água do mar (Moacyr Braga)
Palhaçada (Haroldo Barbosa e Luiz Reis)
Água de beber (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
Brigas, nunca mais (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
Lado B
Onde estava eu (Armando Cavalcanti e Victor Freire)
Sambando (Geraldo Medeiros)
Fracasso (Nazareno de Brito e Fernando Cesar)
Fiz o bobão (Haroldo Barbosa e Luiz Reis)
Amor de janela (Antonio Maria e Pernambuco)
Nossos momentos (Haroldo Barbosa e Luiz Reis)
Seleção e texto: Lucas Nobile