Áudios
Coleção do Zuza
14.7.2022
Partido em 5
“Segurem o Candeia, por favor, porque assim já é demais”. Este título chamativo encabeçava a crítica de José Ramos Tinhorão publicada em setembro de 1975 no Jornal do Brasil, em que o pesquisador musical definia como um “documento inestimável” o disco “Partido em 5 – Volume 2”.
Lançado três anos antes, também pela gravadora Tapecar, o primeiro disco do grupo liderado por Antonio Candeia Filho já seguia os mesmos moldes. Onze faixas gravadas sem intervalos, uma emendada à outra, num registro fiel de uma autêntica roda de partido-alto.
Nela, Candeia, Wilson Moreira, Casquinha (Otto Enrique Trepte), Joãozinho da Pecadora (João de Souza Barros), Anézio do Cavaco (Anézio Tavares da Silva) e Velha da Portela (Euzébio do Nascimento) se revezam na interpretação de suas próprias composições.
Além das joias de Candeia (“Lá vai viola” e “A volta”), destaque para o samba de terreiro “Maria Tereza”, de Anézio, e para os caminhos melódicos de Wilson Moreira em “Roda de partideiro”, parceria com Doutor, que toca seu inconfundível repique de anel ao longo de todo o disco.
Repertório
Lado A
Lá vai viola (Candeia)
Defeito de mulher (Velha da Portela)
Preta aloirada (Casquinha)
Minha preta (Anézio)
Linha de candomblé (Joãzinho da Pecadora)
Lado B
A volta (Candeia)
Festa de rato não sobra queijo (Velha da Portela)
Dendeca de briga (Casquinha e Jorge Porém)
Roda de partideiro (Wilson Moreira e Doutor)
Conversa fiada (Joãozinho da Pecadora)
Maria Tereza (Anézio)
Texto: Lucas Nobile