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O samba é Roberto Silva nº 2
Coleção do Zuza
23.11.2022

O samba é Roberto Silva nº 2

A exemplo do que aconteceu com João Gilberto, quando iniciou sua carreira passando por diferentes emissoras de rádio e gravando seus primeiros discos em 78 rotações, Roberto Napoleão Silva também se inspirava no modo de cantar de seu xará de sobrenome, mas sem parentesco, Orlando Silva.

Não demorou muito tempo para Roberto Silva encontrar um estilo próprio e perceber que também tinha uma voz ao mesmo tempo melodiosa e expressiva, com muita bossa, mas sem perder potência e projeção. Sem falar na elegância, que lhe rendeu o apelido de “Príncipe do samba”.

Na esteira do sucesso dos quatro volumes de “Descendo o morro” lançados entre 1958 e 1961, a gravadora Copacabana apostou em uma nova série, que rendeu apenas dois discos.

“O samba é Roberto Silva nº 2” (1963), presente na coleção de Zuza Homem de Mello, foi produzido por Altamiro Carrilho e pode ser dividido em duas partes. Na primeira, com instrumentação grandiosa e até excessiva, o cantor é acompanhado por orquestra. Na segunda, com o acompanhamento ideal de um conjunto regional, Roberto Silva deita e rola em sambas que retratavam tipos e costumes de seu tempo – mas que ainda soam atuais –, como “Operária inconformada” e “Era atômica”.

Repertório

Lado 1

Lamento do boêmio (Manoel Moreira e Antonio da Silva) – Roberto Silva e orquestra

Consciência e coração (Joluz e Agnaldo Nascimento) – Roberto Silva e orquestra

Companheira leal (Neidir Figuerôa) – Roberto Silva e orquestra

Briguei com ela (Raul Marques e Otavio Lima) – Roberto Silva e orquestra

Manduca (Estanislau Silva e Antonio Costa (Pará)) – Roberto Silva e orquestra

Minha dor (Augusto Messias e A. Silva) – Roberto Silva e orquestra

Lado 2

Flor em botão (Raymundo Olavo) – Roberto Silva e conjunto regional

Operária inconformada (Sebastião Neves, Manoel Brilhante e Jarbas Gonçalves) – Roberto Silva e conjunto regional

Novo afeto (José Utrini e Mario Luiz Barbato) – Roberto Silva e conjunto regional

Deixa (Jorge Gomes e Adilson Martins) – Roberto Silva e conjunto regional

Era atômica (Nilo Barbosa e Sebastião Martins) – Roberto Silva e conjunto regional

Falsa bacana (José Martins, José Olice e Orlando Spíndola) – Roberto Silva e conjunto regional

Texto: Lucas Nobile

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  • Zuza Homem de Mello

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