Áudios

Coleção do Zuza
29.7.2022
Carnival of the spirits
Boa parte das composições de “Ouro negro”, álbum produzido por Mario Adnet e Zé Nogueira que reapresentou Moacir Santos ao público brasileiro no começo dos anos 2000, foi originalmente gravada no seminal “Coisas” (1965) e nos discos que o compositor, arranjador e instrumentista pernambucano lançou nos Estados Unidos, na década de 1970, pelo respeitado selo Blue Note.
Depois de fixar residência em Pasadena, na Califórnia, em 1967, e de fazer colaborações em trilhas sonoras para cinema e para seriados de TV com Henry Mancini e Lalo Schifrin, Moacir iniciou sua trajetória fonográfica no exterior com os discos “Maestro” (1972) e “Saudade” (1974).
No terceiro álbum desta série, “Carnival of the spirits” (1975), Moacir Santos abre ainda mais sua obra para a sonoridade jazzística – com exceção do ritmo de Robertinho Silva e Paulinho da Costa, os outros músicos eram estrangeiros –, sem jamais abdicar de suas raízes musicais nordestinas e afro-brasileiras.
Além de “Coisa nº 2”, destaque para “Jequié” (que posteriormente ganharia letra de Aldir Blanc), para as influências afro-cubanas em “Anon” e para “Kamba”, com a expressividade de Moacir no sax barítono, o fraseado no improviso do trompete de Oscar Brashear e o timbre elétrico tanto no contrabaixo de Chuck Domanico quanto no piano Fender Rhodes de Larry Nash.
Repertório
Lado 1
Quiet carnival (Moacir Santos e Mike Campbell) – Vocais: Lynda Lawrence e Moacir Santos
Jequié (Moacir Santos) – Moacir no sax alto
Kamba (Moacir Santos)
Sampaguita (Graham Dee, Jack Keller e Lora Kaye) – Vocais: Lynda Lawrence e Moacir Santos
Lad0 2
Coisa nº 2 (Moacir Santos) – Trombone solo: J. J. Johnson
Tomorrow is mine (Moacir Santos e Mike Campbell) – Vocais: Lynda Lawrence e Moacir Santos (também no sax alto)
Route “infinito” (representado pelo símbolo) (Moacir Santos)
Anon (Moacir Santos)
Texto: Lucas Nobile