Frequentador assíduo da histórica “Noitada de samba”, rodas que aconteciam às segundas-feiras no teatro Opinião, levando para Copacabana, na zona sul do Rio, o talento de sambistas oriundos do subúrbio, Eládio Gomes dos Santos, o Baianinho (1936-2020), lançou apenas um disco individual.

O álbum, que completou 50 anos em 2023, não chegou às plataformas digitais de áudio e é apresentado aqui na íntegra pela Rádio Batuta como mais um LP presente na coleção de Zuza Homem de Mello.

Compositor da escola Em Cima da Hora e um dos autores do sucesso de Clara Nunes “Ê baiana”, Baianinho arranjou uma maneira criativa de propagandear seu disco. Sabedor de que não poderia contar com o aparato de divulgação da própria gravadora, ele mesmo colocou o álbum à venda em todos os botequins e armazéns de seu bairro, Cavalcante, na Zona Norte do Rio, onde boa parte do público já conhecia seus sambas.

No repertório, composições dele mesmo (“Ah, se ela voltasse”, “Juízo final” e “Cuidado, Zé”) e de outros autores, como Anescarzinho do Salgueiro, Dedé da Portela, Noel Rosa de Oliveira, Zuzuca, Hermínio Bello de Carvalho e Pixinguinha.

Repertório

Lado A

História de um preto velho (Pelado da Mangueira, Hélio Turco e Comprido)

Ah! Se ela voltasse (Baianinho)

Não tenho paz (Jorginho e Jorge Costa)

Juízo final (Baianinho)

Seu diretor (Zuzuca e Zequinha)

Água do rio (Noel Rosa de Oliveira e Anescar)

Lado B

Protesto, meu amor (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)

Mágoa (Ataylor de Souza, Paulo Filho e Jorge Veiga)

Madrugada (Dedé da Portela)

Cuidado, Zé (Baianinho)

Meu carnaval (Rubens e Expedito)

Nem vem (Levo a minha viola) (José Alves, Eduardo Oliveira e Noel Rosa de Oliveira)

Seleção e texto: Lucas Nobile