Áudios

Coleção do Zuza
20.3.2024
Alô, jovens! Tio Cyro Monteiro canta os sambas dos sobrinhos
Torcedor ilustre do Flamengo, o cantor Cyro Monteiro se valeu de uma metáfora futebolística para anunciar sua aposentadoria artística. Na contracapa do LP “Alô, jovens! Tio Cyro Monteiro canta os sambas dos sobrinhos”, de 1970, ele escreveu as seguintes linhas em tom de despedida:
“Estou me preparando para pendurar as chuteiras. Mas jogador que ama seu clube não abandona a luta sem que haja um substituto, e eu confio em vocês para defender, como eu procurei defender há 30 anos, o que de mais lindo há no mundo, nossa canção, nosso samba”.
Entre os “sobrinhos” para quem Cyro resolvera passar o bastão, gravando composições deles, estavam Roberto e Erasmo Carlos (“Dela”), Marcos e Paulo Sérgio Valle (“Samba do Pasquim”), Paulinho da Viola (“Nada de novo”), Chico Buarque (“Ilmo. Sr. Ciro Monteiro ou Receita pra virar casaca de neném”), Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho (“Desolação”), além de outras quatro compositoras – Ivoninha, de quem gravou “Ela noite e dia”, Elizabeth, autora de “Se dinheiro fosse planta”, e a dupla Marilena Brito e Heloísa Serra, de quem interpretou “Ninguém sofreu como eu”.
Antes de sua morte em 1973, aos 60 anos, Cyro Monteiro ainda gravou mais um disco, “De leve”, em parceria com Jorge Veiga.
Repertório
Lado 1
Dela (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
Nada de novo (Paulinho da Viola)
Ela, noite e dia (Ivoninha)
Cafezinho (João Roberto Kelly)
Samba do Pasquim (Marcos Valle e Paulo Sergio Valle)
Ninguém sofreu como eu (Marilena Brito e Heloísa Serra)
Lado 2
Ilmo. Sr. Cyro Monteiro ou receita para virar casaca de neném (Chico Buarque)
Ora veja (Marcos de Castro e William Prado)
Por isso eu canto assim (Luiz Ayrão)
Se dinheiro fosse planta (Elizabeth)
Luciana e o mar (Rildo Hora)
Desolação (Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho)
Seleção e texto: Lucas Nobile