Em 1977, depois de décadas à frente da big band mais consagrada na história da música brasileira, a Orquestra Tabajara, Severino Araújo já havia anunciado sua aposentadoria algumas vezes. Naquele ano, graças a um convite feito por Zuza Homem de Mello e pela Continental, o maestro voltou aos estúdios para realizar mais um disco.

No álbum, gravado nos estúdios Hawai, no Rio de Janeiro, entre agosto e setembro de 1977, o clarinetista pernambucano toca e comanda um time de 21 músicos. Entre eles, os irmãos de Severino – Manoel, no trombone; Jaime, no saxofone; e Plínio, na bateria – e craques como Laércio de Freitas (piano), Neco (guitarra), Zé Bodega (sax), Norato (trombone) e Armando Marçal (percussão).

Produzido por Zuza, “A Tabajara de Severino Araújo” apresenta clássicos como “Rhapsody in blue” (George Gershwin) em ritmo de samba, o frevo “Vassourinhas” (Mathias da Rocha e Joana Batista Ramos) e o choro “Tico-tico no fubá” (Zequinha de Abreu), além das composições do próprio Severino, com destaque para “Saxomaníaco” e “Um chorinho em Pinhal”, composto na década de 1950, durante turnê da Tabajara pelo interior de São Paulo como “orquestra de dança” dos crooners Jamelão e Elizeth Cardoso.

Repertório

Lado A

Rhapsody in blue (George Gershwin) – Orquestra Tabajara. Solo: Severino Araújo

Saxomaníaco (Severino Araújo) – Orquestra Tabajara. Solo: Jaime Araújo

Na batida do samba (Severino Araújo) – Orquestra Tabajara

Reflexos (Severino Araújo) – Orquestra Tabajara. Solo: Hamilton Cruz

Carabina (Luiz Bandeira) – Orquestra Tabajara.

Olha o frevo aí, moçada (Severino Araújo) – Orquestra Tabajara

Lado B

Tico-tico no fubá (Zequinha de Abreu) – Orquestra Tabajara

Água com açúcar (Severino Araújo) – Orquestra Tabajara. Solo: Zé Bodega

Um chorinho em Pinhal (Severino Araújo) – Orquestra Tabajara. Solo: Severino Araújo

Brincando com trombone (Severino Araújo) – Orquestra Tabajara. Solo: Manoel Araújo

Mexendo-se (Geraldo Medeiros) – Orquestra Tabajara

Vassourinhas (Mathias da Rocha e Joana Batista Ramos) – Orquestra Tabajara. Solo: Zé Bodega

Texto: Lucas Nobile