Poucos artistas no mundo podem se gabar de fazer “música livre” com o grau de liberdade que Hermeto Pascoal faz.

Depois de gravar discos importantes na década de 1960 com grupos como o Sambrasa Trio, o Brazilian Octopus, o Conjunto Som 4 e o Quarteto Novo, de ir aos Estados Unidos gravar seu primeiro álbum solo e tocar com Miles Davis, Hermeto retornou ao Brasil e lançou por aqui o segundo LP com seu nome estampado na capa como protagonista: “A música livre de Hermeto Paschoal” (com “ch” mesmo no sobrenome).

Produzido por Rubinho Barsotti, baterista do Zimbo Trio, o disco apresenta dois arranjos espetaculares para “Carinhoso” (Pixinguinha e João de Barro) e “Asa branca” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), além de quatro músicas de Hermeto: o conhecido baião “Bebê”; “Plin” (definida em crítica publicada em abril de 1973 pelo jornal pernambucano Diário da Manhã como “uma mistura de música contemporânea francesa de câmara com partituras de filmes de suspense”); “Sereiarei”, com arranjo grandioso para big band; e “O gaio da roseira”, faixa com mais de 14 minutos com espaço para extensos improvisos instrumentais, mas também para evidenciar o canto e a riqueza da melodia de Hermeto sobre os versos escritos por Divina Eulália Oliveira.

Repertório

Lado 1

Bebê (Hermeto Pascoal)

Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro)

Plin (Hermeto Pascoal)

Sereiarei (Hermeto Pascoal)

Lado 2

Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

Gaio da roseira (Paschoal José da Costa e Divina Eulália Oliveira)

Texto: Lucas Nobile