Desde sua estreia fonográfica, em 1954, durante quase duas décadas, Angela Maria manteve a média de gravar um disco por ano. Em alguns, como em 1966, ela chegou a lançar dois álbuns.

O segundo deles naquele ano foi “A brasileiríssima”, cujo título era uma espécie de resposta da cantora à crítica, que não recebera bem o lançamento anterior, “Angela Maria interpreta boleros”.

Presente na Coleção do Zuza, “A brasileiríssima” tem como marca principal um repertório recheado de sambas-canção que versam basicamente sobre dor de cotovelo – interpretados com propriedade por uma cantora que atravessava momentos difíceis após uma separação amorosa conturbada.

Cinco das 12 canções são assinadas por Adelino Moreira, produtor do disco e célebre por sucessos de Nelson Gonçalves como “Negue” e “A volta do boêmio”. A que obteve maior destaque foi a ingênua “Cinderela”, lançada no mesmo ano num compacto que manteve Angela Maria na parada de sucessos durante sete meses, entre setembro de 1966 e março de 1967.

Repertório

Lado 1

Garotas do Rio (Adelino Moreira) – Angela Maria

Longe de você (Waldir Azevedo e Iracy Zarur) – Angela Maria

Tema do mal que é meu (José Orlando) – Angela Maria

Cinderela (Adelino Moreira) – Angela Maria

Foi preciso que eu te amasse (Jorge Roberto e Mario Rossi) – Angela Maria

Teu regresso (Tônio Santos e Joluz) – Angela Maria

Lado 2

Sei lá (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) – Angela Maria

A cigana (Adelino Moreira) – Angela Maria

A hora do adeus (José Carlos Silveira) – Angela Maria

Olheiras (Adelino Moreira) – Angela Maria

Despedidas (Romeo Nunes e Carlito) – Angela Maria

Quer dizer (Adelino Moreira e Celso Castro) – Angela Maria

Seleção e texto: Lucas Nobile